“Um terroir de exceção potenciado pela combinação de 3 anos distintos num só vinho (2017, 2019, 2020). Um Douro verdadeiramente… único!”
2017 – Um dos anos mais secos desde que há registos, com quase metade da precipitação habitual e temperaturas diurnas em geral elevadas, registando-se ondas de calor em Junho, Julho e Agosto. Este cenário extremo foi de alguma forma apaziguado por noites relativamente frescas, permitindo alguma recuperação das videiras e uma progressão constante da maturação. Resultou uma das mais precoces vindimas de sempre (avanço de cerca de 20 dias em várias vinhas). Um pequeno chuvisco nos últimos dias de Agosto e o baixar da temperatura em Setembro permitiu um final de maturação mais suave e sem sobressaltos, com as uvas a apresentarem um estado sanitário fantástico. Concentração, mas sem desequilíbrios. Grande intensidade de fruta, mas com profundidade e estruturas sólidas.
2019 – Ano em geral seco (embora não tanto quanto 2017), marcado sobretudo pelas grandes oscilações nas temperaturas. As diferentes castas lidaram de forma diferente com estas variações, com alguma heterogeneidade inicial nas maturações a obrigar a um acompanhamento rigoroso e a uma redefinição do calendário de vindima. O esforço logo deu os seus frutos – a par de um excelente estado fitossanitário global, o saber esperar e respeitar o tempo das diferentes castas e das diferentes vinhas face às condições do ano permitiu ir refinando progressivamente o seu carácter e qualidade final. Resultaram vinhos com profundidade, algo fechados e austeros à nascença, mas com grande carácter, complexidade e um equilíbrio fantástico, com tudo para uma grande evolução em garrafa.
2020 – Ano quente desde o início, levando a um avanço significativo desde o abrolhamento. A Primavera chuvosa trouxe uma grande pressão de míldio, afetando também a Floração, com consequentes quebras numa produção já de si pequena, diminuindo ainda mais com o escaldão ocorrido de 22 a 24 de Junho. As reservas de água acumuladas na Primavera permitiram, contudo, uma boa progressão da maturação. A 20 de Agosto uma chuva aparentemente bem-vinda para apaziguar o calor estival, surte efeito oposto, levando a uma desidratação galopante nos bagos. A quantidade sofreu uma quebra dramática, ultrapassando em diversas vinhas os 50%. Mas a Natureza retirou por um lado e deu por outro – a qualidade é verdadeiramente excecional! A concentração foi imensa, mas proporcional em todas as componentes dos bagos – açúcares, aromas, compostos fenólicos, acidez… tudo (!), garantindo intensidade, mas também um equilíbrio notável.
Vinificação
Desengace total. Fermentação com controlo de temperatura, maceração consoante o ano/ vinha
Estágio
24 Meses em barricas de carvalho francês (50% de 2º ano, 30% de 3º ano, 20% novas)
Notas de Prova
Cor rubi profunda. Muito complexo com notas de ameixa preta seca e amora, flor de laranjeira, biscoito inglês, caixa de charuto e trufa. Corpo q.b., taninos muito finos, textura sedosa e grande harmonia. Final muito longo.
Vinha e Castas
- 40% Vinhas Velhas 2020 (15castas com 70 anos, Chanceleiros, Cima Corgo)
- 30% Touriga Nacional 2019 (vinha com 20 anos, Cumieira, Baixo Corgo)
- 30% Touriga Franca 2017 (vinha com 30 anos, Chanceleiros, Cima Corgo)
Notas Finais
Região: Douro
País: Portugal
Produtor: João Silva e Sousa
Enólogo: Tiago Alves de Sousa
Castas: Touriga Franca (2017), Touriga Nacional (2019), Vinhas Velhas (2020)
Acidez total: 6,30 g/L
pH: 3,60
Temperatura e Condições de Serviço: 17ºC – abrir 30 minutos antes de servir
Evolução na garrafa: 20 a 25 anos
Sugestões gastronómicas: carnes intensas (vaca, cabrito)
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